A
origem, constituição, ano e data de fundação da atual Grande
Loja Maçônica do Estado da Bahia, inclusive, número e
nome dos maçons presentes, constantes da Ata de Fundação
foram publicados no Jornal do Maçom em 1978. (EDIÇÃO
86)
Os
fatos ocorridos após sua fundação, é uma tarefa difícil
de serem relatados no momento, pois o arquivo dos
documentos, naturalmente, historiando todas as
providências e atividades desenvolvidas à época,
guardadas no escritório de um irmão, quando da construção do
Edifício Maçônico (sede atual da GLEB), foram lamentavelmente
devorados por um incêndio e, das cinzas, outros não
renasceram.
O
ocorrido foi divulgado para todos os maçons integrantes
da nossa Grande Loja, menos as causas que o provocaram,
formando-se assim, um longo vazio na memória da
maçonaria baiana.
Hoje,
quando, para atender a uma solicitação do Sereníssimo
Grão-Mestre que precisa de um Relato sobre as atividades
da Grande Loja na sua caminhada, deparamo-nos com a
inexistência de livros e outros documentos,
justamente da sua fase inicial, em que, providências
importantes, com certeza foram adotadas visando o desenvolvimento
maçônico que se instalara na Bahia, através da Soberana
Grande Loja, continuando e fortalecendo-se a cada ano,
honrando as posições implantadas por UDO SCHLEUSNER, seu
fundador e FRANCISCO BORGES DE BARROS seu primeiro
Grão-Mestre e outros irmãos, seus sucessores, mantendo-a
firme, com "Força e Vigor" através dos anos.
Com
as explicações acima, estamos justificando a omissão de
providências, sem dúvida, valiosas, que ocorreram para a
instalação e o engrandecimento da Maçonaria no estado da
Bahia, após a fundação da Soberana Grande Loja Simbólica
da Bahia, posterior Grande Loja da Bahia e, atual GRANDE
LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA BAHIA.
VEJAMOS A SEGUIR O DESENROLAR DE ALGUNS FATOS QUE
IMPULSIONARAM A FUNDAÇÃO DA NOSSA GRANDE LOJA MAÇÔNICA
DA BA.
"O
Movimento em prol da criação da Grande Loja da Bahia,
Potência Maçônica
Independente e Soberana no Simbolismo, teve o seu princípio,
após o rompimento do Poderoso Irmão Mário Behring com o
sistema centralizador então vigente,
pois que, somente existia, na época de tal rompimento
(1926), como Alto Corpo Simbólico, o Grande Oriente do
Brasil. Mário Behring era o Grão-Mestre geral do Grande
Oriente e acumulava o cargo de Sob.·.
Gr.·.
Comendador do Supremo Conselho do Grau 33° do R.·.
E.·.A.·.A.·.
para os Estados Unidos do Brasil, e havia adotado o sistema
descentralizador das Grandes Lojas Independentes e
Soberanas, que era o que existia
nos Estados Unidos da América do Norte, e ainda
subsiste.
Na
Bahia, o Movimento da descentralização tomou corpo
quando, no mesmo ano de 1926, dificuldades e constantes
dissensões existiam entre as lojas baianas, sendo
Delegado do Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do
Brasil, neste Estado, o Pod.'. Ir.'. JOSÉ MARIA PEREIRA PIMENTA.
Apesar de continuarem as dissensões, o Grupo das Lojas
existentes, aderiu ao movimento de independência do
Simbolismo, efetivando-se o rompimento definitivo do
Ir.'. MÁRIO BEHRING, com a adesão do Ir.'.FRANCISCO
BORGES DE BARROS e das Lojas jurisdicionadas. Houve uma
reunião preliminar no dia 07
de maio de 1927, e outra na Loja "UNIÃO E SEGREDO" em 13 do
mesmo mês e, finalmente, a 22 de maio de 1927,
realizou-se a sessão oficial para Fundação da GRANDE
LOJA DA BAHIA, no Templo do Edifício da Maçonaria, à
Rua Carlos Gomes, 21. Na ocasião foi lavrada a ATA, nos
seguintes Termos:
"ACTA
DE INSTALAÇÃO DA GRANDE LOJA SYMBÓLICA DO ESTADO DA
BAHIA, AOS 22 DIAS DO MÊS DE MAIO DE 1927".
"Às
dez horas, presentes trinta e um maçons, membros
das Lojas deste Oriente, dentre elles os Veneráveis das
Lojas, União e Segredo, Udo Schieuner, Filhos de
Salomão, Fidelidade e Beneficência, Força e União
Segunda, União e Justiça, no Templo do Edifício Maçônico.
Assumiu a Presidência o Pod.·.
&.·.
Dr. A. J. de Souza Carneiro, 31°, que expôs a necessidade da
criação de Uma Grande Loja neste Estado, de acordo com a
idéia neste sentido, levantada pelo Pod.·.
Ir.·.
Dr. FRANCISCO BORGES DE BARROS, 18°, no seio da nossa
coirmã, UNIÃO e SEGREDO, e de igual modo o tem feito em
outras coirmãs e, em sessão de 13 do corrente, primeira
reunião convocada pelo mesmo, que expondo o motivo, foi
nomeada uma comissão chefiada pelo Pod.·.
Ir.·.,
que fala, para apresentar as bases da criação da Grande
Loja; assim, vem ora desobrigar-se da incumbência,
expondo aos dignos maçons presentes que, a referida
Grande Loja será fundada sob os auspícios do
Sup.·.
Conselho do Rito Escocês; será independente e soberana
dentro do Symbolismo, e nesta reunião será declarada
Instalada e Constituída a sua administração provisória.
Aprovadas pêlos presentes as indicações apresentadas
pelo presidente, este declarou que em vista do resolvido
ia ser escolhida a administração ; provisória da Grande
Loja, que por deliberação dos presentes foi aclamada: Grão-Mestre,
Dr. FRANCISCO BORGES DE BARROS;
Gr.·.
Iniciador Escossêz, Dr. A. J. de Souza
Carneiro;
Gr.·.
Legislador, Alfredo da Silva Brim;
Gr.·.
Juiz, Dr. Ernesto Sá de Bittencourt e Câmara;
1°
Gr.·.
Vigilante Dr. João da Costa Chagas Filho;
2°
Gr.·.
Vigilante, Dr. Manoel Dias de Moraes;
Gr.·.
Secretário, Sadi Camot Brandão;
Gr.·.
Chanceler, Vitalino Cândido de Almeida;
Gr.·.
Mestre de Cer.·.
Raphael da Costa Lima;
Gr.·.
Mestre de Cer.·.
das Solenidades, Raphael Palumbo;
Gr.·.
Luz Auxiliar, Prudêncio F. de Carvalho. Proclamada a
Administração Provisória, assume o Pod.·.
Ir.·.
Dr. Francisco Borges de Barros a presidência, na qualidade
de Grão-Mestre, o qual agradeceu a honra que acabara de
receber dizendo que não era o seu intento, trabalhando
para a criação da Grande Loja, ambicionar nenhum lugar
de destaque, mas, sim ser o progresso e a libertação da
Maçonaria neste Oriente, por isso desejava que ocupasse
o lugar de Grão-Mestre, Maçons de maiores serviços
prestados e cuja posição no mundo profano pudesse melhor dar nome e
destaque à nova agremiação. Sente-se entretanto,
imensamente satisfeito em ver realizada sua aspiração,
para cujo fim encontrou o apoio decidido dos Veneráveis
das oficinas deste Oriente e maçons de grandes
merecimentos. Comunica que recebeu adesão das Lojas do
interior, tanto por telegramas como do expediente das sessões pela
criação da Grande Loja. Foi justificada e aprovada a
seguinte proposta: "Propomos que seja lançado na Acta de
hoje, um voto de louvor e profundo
reconhecimento, às Lojas União e Segredo, Fraternidade
Bahiana, Fidelidade e Beneficência, Força e União 2a,
Filhos de Salomão, Udo Schieuner, União e Justiça, e as
adormecidas. Abrigo da Humanidade, e Caridade Universal,
pela ação e colaboração decisivas para a criação da
Grande Loja, com o concurso extraordinário prestado pelo
Dr. Francisco Borges de Barros, que foi o pioneiro da
redenção do nosso symbolismo maçônico. Assinam: Carlos
Maron e Prudêncio de Carvalho.
Por
fim, o Ser.·.
Gr.·.
Mestre agradeceu a presença de todos e a confiança imensa
nelle depositada, esperando que, sem ódios, sem
ressentimentos, mas, com uma unidade de vistas e boas
intenções, se fizesse a consolidação da grande Loja da
Bahia e, dá por terminada a sessão. Eu, J. Prudêncio de
Carvalho, servindo de Secretário, lavrei a presente, aos 22 dias
de maio de 1927 - E.·.V.·.
As
lojas Caridade e Segredo do Or.·.
de Cachoeira e Aliança Universal, Or.·.
de São Fênix foram representadas com plenos poderes por seus
Veneráveis Mestres.
Seguem-se as assinaturas.
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