Acácia
Amarela é uma composição maçônica dos irmãos
Luiz Gonzaga e Orlando Silveira.
De acordo
com o Ir.'. José Castellani em seu livro "Dicionário
Etimológico Maçônico". No Egito, as acácias eram
árvores sagradas e tinham o nome hieroglífico de
shen; na Fraternidade Rosa-Cruz, ensina-se que a
acácia foi a madeira usada na confecção da cruz em que Jesus foi
executado; segundo o Tabernáculo hebraico, eram feitos
de madeira de acácia: A Arca da Aliança
(Êxodos, 25-10), a mesa dos pães propiciais
(Êxodo, 25-23) e o altar dos holocaustos (Êxodo, 27-1).
Na maçonaria, além de ser o símbolo da Grande Iniciação,
representa, também, a pureza e a imortalidade, além de
ser o símbolo da ressurreição, por influência da
tradição mística dos árabes e dos
hebreus.
No dia 13
de dezembro de 1912, uma sexta-feira, nasce na fazenda
Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, município de Exu,
Estado de Pernambuco, divisa com os estados do Ceará e
Piauí.
Luiz
Gonzaga do Nascimento, o segundo de nove filhos do casal
Januário José dos Santos e de Ana Batista de Jesus, que
na pia batismal da matriz da cidade de Exu, recebe o
nome de "Luiz" (por ser dia de Santa Luzia) "Gonzaga"
(por sugestão do vigário) e "Nascimento" (por ter
nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus
Cristo).
Em 1920,
aos oito anos de idade, substitui um sanfoneiro em festa
tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a
pedido de amigos do pai; canta e toca a noite inteira e,
pela primeira vez recebe o que hoje se chama cachê; o
dinheiro, 20$000, amolece o espírito da mãe, que não o
queria sanfoneiro.
A partir
daí, os convites para animar festas ou sambas, como se
dizia na época, tornam-se freqüentes.
Antes
mesmo de completar 16 anos de idade, "Luiz de Januário",
"lula" ou "Luiz Gonzaga" já é nome conhecido em Araripe
e em toda a redondeza, como: Canoa Brava, Viração,
Bodocó e Rancharia. Em 1929, vira "escoteiro" e
apaixona-se por uma mulher a contragosto da mãe, de quem
leva uma surra e foge de casa para a cidade do
Crato.
O
revoltado "Luiz Gonzaga do Nascimento" fica sabendo que as
Forças Armadas estão recrutando voluntários. Era isso o
que queria. Não pensa muito e alista-se no primeiro
posto de alistamento do Exército Brasileiro. O ano,
1930. Explode a revolução nos estados do Rio Grande do
Sul, Minas Gerais e Paraíba.
O então
soldado "Gonzaga" nº 122, corneteiro, segue com o 2º
Batalhão de Caçadores para a cidade de Souza, estado da
Paraíba; ainda em missão, segue para as cidades de
Belém, estado do Pará, e Teresina, estado do Piauí; e
depois para os Estados do Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro e Minas Gerais.
Ganha
fama no Exército Brasileiro e um apelido: "Bico de
Aço", por ser exímio corneteiro. Em
1939, dá baixa do Exército Brasileiro e, aventureiro, segue para
São Paulo; desembarca na Estação da Luz e, nas imediações
compra a sua primeira sanfona "branca" (todas as suas
sanfonas seguintes seriam de cor branca) de 120
baixos.
Nesse
mesmo ano volta para o Rio de Janeiro, onde faz amizades e
inicia a carreira artística, divertindo marinheiros e
desocupados em geral no Mangue, lugar também muito
freqüentando por malandros e prostitutas.
Explode a
segunda grande Guerra Mundial, o Brasil é literalmente
invadido pela música estrangeira, principalmente a
norte-americana.
Em 1940,
conhece o guitarrista português Xavier Pinheiro e outros
artistas que, como ele, disputam a duras penas um lugar
ao sol; toca todo tipo de música, de "blues" a "fox
trotes"; imita artistas famosos da época, como Manezinho
Araújo, Augusto Caldeiros e Antenógenes Silva. Começa a
apresentar-se em programas de rádio, como calouro.
Em 1942,
começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio começam a
se interessar de fato, pelo novo cartaz. Enquanto isso,
o Brasil declara guerra à Alemanha e seus
aliados.
Em 1946,
com Humberto Teixeira, compõe e grava a primeira de uma
série de 18 parcerias: "No meu pé de Sena". O sucesso é
imediato e enorme, e, ao mesmo tempo, o seu nome começa
a correr o mundo: Europa, EUA, Japão. Além de No Meu
Pé de Serra, com Teixeira, compôs, entre outras, "Asa
Branca", "Juazeiro", "Légua Tirana", "Assum-preto",
"Paraíba" e "Respeita Januário".
Em 1953,
grava "A vida do Viajante", composição do Irmão Hervê
Cordovil.
Em 03 de
abril de 1971, o irmão Luiz Gonzaga é iniciado na
Maçonaria, na ARLS.'. "Paranapuan" nº 1477, do Grande
Oriente do Brasil, Or.'. da Ilha do Governador, do Rito
Moderno" ou "Francês". Elevado ao Grau de Companheiro
Maçom, em 14 de dezembro de 1972 e Exaltado ao Grau de
Mestre Maçom, em 05 de dezembro de 1973. Tendo como seu "padrinho" o
irmão Florentino Guimarães, membro do quadro da Loja
"Paranapuan".
Na
Maçonaria dos Altos Graus ou Filosóficas, foi iniciado no Grau
4, em 29 de agosto de 1984. No Subi .'. Cap.'.
"Paranapuan", jurisdicionado ao Supremo Conselho do
Brasil para o REAA.
A música
"Acácia Amarela" nasceu em 1981. O irmão Luiz Gonzaga,
achando oportuna uma homenagem musical à Maçonaria,
elaborou a letra e o tema musical.
O irmão
Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a
melodia.
Concluído
o trabalho, a gravação foi feita em 1982, e incluída no
elenco do CD "Eterno Cantador", da etiqueta "BMGRCA",
com arranjo de "Orlando Silveira e execução vocal de
Luiz Gonzaga".
O GADU
nos seus desígnios, requisitou o irmão Luiz Gonzaga para
uma outra missão. Sofrendo de
osteoporose, passou 42 dias internado no "Hospital Santa
Joana", na cidade de Recife. Agravados seus males
físicos, viajou para o Oriente Eterno na madrugada de 02
de agosto de 1989, com 76 anos de idade, em conseqüência
de parada cardíaca por pneumonia. Sob comovente
manifestação popular, seu corpo foi velado na cidade do
Recife, e transportado inicialmente para a cidade de Juazeiro do
Norte, CE, onde recebeu as bênçãos do Padre Cícero de quem
era muito devoto, e daí para sua cidade natal, em Exu,
onde foi sepultado.
ORLANDO
SILVEIRA OLIVEIRA SILVA, nasceu em 27 de maio de 1925.
Formado em Direito, tem uma vivência mais de 45 anos na
profissão de músico, sendo regente, arranjador,
compositor e acordeonista. Foi iniciado em março de 1974
na Loja Adonai, Rio de Janeiro.
< |